De acordo com o Censo Ead.Br 2013, a evasão
de alunos é apontada pelas instituições como um dos maiores obstáculos na EaD.
Segundo o censo, a evasão de alunos de cursos totalmente on-line, chega a
19,06% em instituições de nível superior. Uma outra pesquisa realizada pelo
site Online Colleges,
revela que entre os problemas apontados pelos alunos de cursos à distância, em
segundo lugar, com 24%, aparece a comunicação inconsistente por parte dos
professores e tutores.
Para Moran (2011), a
maioria dos alunos não está preparada para conduzir os estudos a distância sem
supervisão direta. Muitos alunos, entram em um ambiente virtual e se sentem
desorientados, sem um contato face-a-face com um professor e outros colegas. Portanto,
percebe-se que uma evidente sensação de presença social por parte do professor
e demais colegas de curso é desejável para uma experiência de ensino e
aprendizagem de sucesso. Com o crescimento acelerado da procura por cursos na
modalidade on-line, muitas instituições, gestores e designers ainda pecam em
construírem um curso de modelo herdado do fordismo, cuja interação entre
aprendizes e entre aprendizes e professor, quando há um, é mínima.
Mattar (2012) acredita
que um modelo pedagógico conectivista para cursos on-line é mais apropriado
para a o momento atual, em que vivemos em redes. Passadas três gerações de
pedagogias diferentes, a behaviorista, a cognitivista e a socioconstrutivista,
a pedagogia conectivista coloca o aluno no centro do processo e faz com que o
conhecimento gerado seja colaborativo, por meio das redes e conexões
estabelecidas entre todos. Para Mattar (2013) nada mais justificável que uma
aprendizagem nestes moldes, já que “ a cultura da Web 2.0 considera o usuário
também como um autor, ou seja, ele acessa mas também remixa e produz conteúdos,
que por sua vez são lançados de volta à rede para acesso e retrabalho por
outros.”
O conectivismo,
portanto, não vê o professor como único provedor de conteúdo e informação, a
colaboração dos alunos é essencial na estruturação e desenrolar do curso. Desta
interação e colaboração surge o conceito de inteligência coletiva (IC), ou
seja, pessoas agrupadas agindo de forma coletiva que parece ser inteligente.
Segundo o conectivismo e ideia de inteligência coletiva, o conhecimento não
está mais somente entre os indivíduos, mas ele se potencializa pelo uso de
máquinas. Segundo Mattar (2012) , o papel do aprendiz não é mais
"memorizar ou mesmo entender tudo, mas de ter a capacidade de encontrar e aplicar
o conhecimento onde e quando necessário. O coletivismo assume que muito do
processamento mental e resolução de problemas pode e deve ser descarregado em
máquinas."
Texto: Carla Arena e Vinicius Lemos
Projeto
Pensando nos princípios da Inteligência Coletiva e do Conectivismo, Carla Arena e eu elaboramos um plano de tutoria voltado para um nanocurso fictício sobre Presença Social Online, dividido em dois módulos diferentes. Hospedamos o curso fictício no Wordpress, e várias ferramentas colaborativas da Web 2.0 foram utilizadas para potencializar a colaboração e construção coletiva do conhecimento, assim como tornar a aprendizagem sobre presença online mais eficaz e significativa. Além do cuidado com os detalhes do plano de tutoria, decidimos elaborar o nanocurso como se ele realmente fosse oferecido a um público real. Elaboramos todas as atividades com referências, arquivos, tabelas, links e ferramentas que pensamos em utilizar.
Referências deste post:
ARANTES, V.A.; MORAN, J. M.; VALENTE. J.A. Educação a distância: Pontos
e Contrapontos. 1. ed. São Paulo: Summus, 2011. Disponível em <http://www.onlinecolleges.com/infographics/profile-online-college-student.html>
Censo EaD.Br 2013. Associação Brasileira de Educação a Distância- ABED.
São Paulo, 2014.
MATTAR, João. Tutoria e interação em educação a distância. São Paulo:
Cengage Learning, 2012.
MATTAR, João. Web 2.0 e redes sociais na educação. São Paulo: Artesanato
Educacional, 2013.
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